A pandemia do coronavírus e a iminente crise econômica exigirão capacidade de gestão, planejamento e poder de reação das empresas.
O passado mostra que crises humanitárias e econômicas são grandes divisores de água para a sociedade. A pandemia do Covid-19 será um marco para representar o fim do século XX como descreveu recentemente o jornal El País.
Esta mudança significará o fim de um ciclo para algumas empresas, mas o início de uma nova era para outras. No setor de saúde , por exemplo, é importante que os empreendedores vejam as oportunidades que surgirão após a crise para que saiam fortalecidos dela.
Sairão fortalecidas as operadoras mais eficientes na gestão de seus custos assistenciais, criando uma tendência de que mercado de planos de saúde se torne cada vez mais concentrado, acelerando o movimento de consolidação do setor.
O crescente aumento do desemprego levará a uma queda expressiva no número de beneficiários de planos de saúde. O impacto pode causar uma redução de 7,4% em número de beneficiários (3,5 milhões de pessoas) no pior cenário em 2020, aliado também a um aumento de inadimplência.
Com a necessidade vem as soluções. O vírus deixou evidente que mesmo com a incessante evolução da tecnologia na medicina nos últimos anos, ainda há muito espaço para evoluir. Os resultados deverão trazer soluções não apenas para a Covid-19, mas também para outras enfermidades, e representarão ganhos para toda o setor. A pandemia reforçou a importância dos profissionais de saúde.
Sempre se falou incansavelmente sobre o colapso do sistema público de saúde. Antes da crise, mais de 75% da população dependia do SUS, sendo que a rede privada concentrava cerca de 32% dos leitos gerais no país (desconsiderando os leitos adicionados durante a crise). O número de leitos públicos para cada 1.000 habitantes era de 1,44, enquanto o número de leitos privados para cada 1.000 beneficiários era 3,03. O indicado pelo Ministério da Saúde era de 2,5 antes da crise.
Com isso, a importância relativa dos planos de saúde, que era o terceiro maior desejo do brasileiro, aumentou em meio à crise. Para os próximos anos, com a recuperação gradual da economia, o mercado de planos de saúde deverá ganhar força novamente.
O setor também passará pela aceleração no movimento de consolidação do mercado da saúde suplementar. Operadoras verticalizadas e com melhor gestão de seus custos terão reflexo em seu ticket médio, ganhando estabilidade perante as de menor eficiência.
Pacientes mais informados e, consequentemente, mais exigentes. Paciente mais digital. Estamos presenciando cada vez mais empresas de tecnologia orientadas para o setor da saúde. De acordo com o relatório Distrito HealthTech Report, atualmente existem mais de 540 startups de healthtech no Brasil. Essa é outra tendência do setor: hospitais, clínicas, laboratórios, farmácias e outras diversas instituições estão cada vez mais recorrendo a essas empresas de tecnologia para otimizar estratégias.
Movimentos de consolidação, mais parcerias e novos players, invasão tecnológica, robótica entre outras tendências trazem para a conclusão inequívoca de que a busca por recursos no mercado financeiro deverá ser mais recorrente, e será um movimento chave para recuperação e alavancagem do setor.