Impactos da pandemia no setor de energia

Setor de Energia: marco regulatório e leilões

Um dos primeiros efeitos da crise do COVID-19 foi a redução do consumo de energia, pois, devido às restrições de circulação houve uma imediata redução de demanda por energia, especialmente em países com lockdown total.

A redução da despesa com petróleo, por exemplo, foi de 1 trilhão de dólares, enquanto a redução  da despesa mundial com eletricidade  foi de  USD  180 bilhões. No Brasil, a redução do consumo de energia foi de 11% no mercado regulado e de 12% no mercado livre (Dados analisados entre Março e Maio de 2020).

Os investimentos em energia vão diminuir em torno de 20% em todo mundo em 2020.   Porém   a   redução   dos   investimentos   em   energia   renovável   vai   ser sensivelmente menor que as outras categorias (10% contra 30% em O&G) (Energia renovável não sofrerá longas consequências).

Energia: Marco regulatório e leilões

Energy Investment by Sector- IEA 2020

A crise causada pelo coronavírus reforça a dependência da sociedade moderna pela eletricidade, seja de forma direta nos hospitais (para operar ventiladores, refrigeradores e outros equipamentos médicos), seja na comunicação entre a sociedade   e   o   governo,   ou   indiretamente,   permitindo   continuidade   da produtividade (por meio de esquemas de teletrabalho), educação (estudos online)   e   entretenimento   para   lidar   com   isolamento   ou   quarentena   (pessoas conectadas   por   meio   de   telefones,   computadores   e   outros   dispositivos eletrônicos).

Os   impactos   do   coronavírus   no   setor   elétrico   se   deram   na   receita   das distribuidoras, principalmente em razão da queda na demanda e do aumento da inadimplência.   No   início   do   mês,   o   ministro   de   Minas   e   Energia,   Bento Albuquerque, informou que a inadimplência no setor saltou de 3% para 12%.

O adiamento dos leilões e menos oportunidades de fechar contratos de compra e venda de energia em decorrência da pandemia podem levar a um aumento de fusões e aquisições (M&A, na sigla em inglês) no setor de renováveis no médio prazo, estima o chefe de pesquisa para a América Latina da BloombergNEF (BNEF), James Ellis.

Com o alastramento da pandemia, muitas empresas do setor industrial e de serviços tiveram as suas atividades total ou parcialmente paralisadas. Neste cenário, as empresas têm buscado compatibilizar custos com as  aquisições de gás   e   energia   elétrica   como   insumos   de   seus   processos   produtivos   e/ou prestação de serviços, considerando os impactos do COVID-19 na atividade empresarial. E a renegociação dos contratos de compra e venda de energia e de compra   de   gás   tem   se   tornado   uma   realidade.  Mais   uma   verdadeira necessidade.

Inevitavelmente grupos “mais sólidos” e resilientes assumirão projetos no lugar de empresas que perderem capacidade em meio à crise.

A pandemia também está ajudando a refletir sobre nossa matriz e o nosso consumo. Ao liberar mercado, não só de energia elétrica, mas o de gás também, vai ser possível oferecer novas opções para os consumidores, que serão os protagonistas e vão nos ajudar a direcionar os investimentos.

O   Brasil   acompanha   a   tendência   mundial   de   expansão   do   setor   elétrico caminhando   para   um   ambiente   de   negócios   mais descarbonizado, descentralizado e digitalizado, sendo esses os pilares da Energia 3D. Todo esse movimento de crescimento já mobiliza o Planalto na construção de projetos de   lei   que   englobam   as   novas   perspectivas   do   Mercado   Livre   de   Energia brasileiro.

Descarbonização, descentralização e digitalização são tendências globais que, fazem   o   setor   elétrico   mundial   passar   por   mudanças   transformadoras impulsionadas   por   diversos   fatores   que,   contribuem   para   um   mercado   de energia mais sustentável, moderno e acessível aos consumidores.

Essas mudanças envolvem desde a geração, com a produção e o consumo de energia renovável, como também investimentos em digitalização, automação e gerenciamento do consumo de indústrias, comércios e residências; mobilidade elétrica;   novas   tecnologias   de   armazenamento   e   geração   de   energia descentralizadas.

A despeito da imagem negativa do Brasil que vem se propagando no exterior neste momento “tem muita gente olhando” ativos de energia no Brasil. Em função de ainda estarmos na pandemia, as empresas neste momento estão avaliando e fazendo cálculos de valuation.

Entre as principais razões está o fator câmbio. Com o dólar a desvalorização expressiva do Real, o Brasil fica mais atrativo para investidores estrangeiros e, somado a isso, tem a situação de piora das contas de algumas empresas.

O segmento de geração renovável de energia tem impulsionado as fusões e aquisições no setor elétrico neste ano.

Dados   da KPMG mostram   que,   de   janeiro   a   agosto,   foram   27   operações envolvendo   ativos   renováveis,   o   equivalente   a   quase   80%   do   total   de transações.

Segundo   o Valor   Econômico, isso   representa   um   salto   em   relação   ao observado nos anos anteriores: em 2018, os negócios somavam 53% do total e, em 2019, 61%.

Esse movimento está associado a uma série de fatores, como o menor volume de negócios no mercado regulado nos últimos anos, combinado à conjuntura mais favorável ao ambiente de contratação livre (ACL) de energia.

Os ativos de geração renovável tem atraído a atenção tanto de investidores estratégicos quanto de grandes fundos de private equity e de pensão. Esses ativos estão sendo vistos quase como renda fixa, em vista da baixa SELIC, juros baixos e mercado em crise e um ótimo setor para alocar dinheiro

 

Para entender mais sobre os desafios e oportunidades no SETOR DE ENERGIA, entre em contato com nosso time de especialistas no setor

 

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